Abro os olhos mas não reconheço onde estou. É familiar, mas aquilo me assusta. As paredes começam a se fechar gradativamente e eu sinto que vou morrer em meio a todo aquele concreto. Respiro uma, duas, três vezes. Volto a realidade por alguns míseros segundos, eu estava sentada em frente ao meu computador. De repente ele também me assusta, algo ali dentro me faz ficar com medo. Medo, é isso que eu estou sentindo. Pra onde deveria correr agora? Mamãe? Mamãe, você pode me ouvir? Por favor me salve.
Não.
Não, eu não posso chamá-la, ela poderia rir de mim ou talvez ficaria desesperada, eu preciso ficar bem. Minha garganta está seca e parece que vai sangrar a qualquer momento. Meu corpo desliza da cadeira ao chão e eu me encolho no canto do quarto. Aquela luz está me cegando, então puxo meu cobertor e me cubro.
Estou com medo.
Ás lágrimas começam e rolar sem parar, e eu não sei mais o que fazer. Eu choro, choro muito. Eu quero gritar, quero morrer. Por favor, alguém pode me escutar?
Celular, celular.
Enfim o encontro, a única pessoa online é ele. Se você realmente diz que me ama, prove seu valor agora. Eu estou desesperada, eu preciso de ajuda. Por favor, me ajude.
Respiro fundo, começo a digitar.
Não posso dizer o que está acontecendo, apenas peço para que cuide de mim e felizmente você o promete fazê-lo. Mesmo estando alguns quilômetros distantes, aquilo me faz bem e eu finalmente consigo me acalmar. Ainda choro e ainda tenho medo, mas agora tenho coragem o suficiente para encarar aquela luz que me cegava.
Saio de baixo da coberta, e vejo meu reflexo no espelho. Qual o sentido daquilo? Por que me sinto assim? Porque tão inferior? São tantos por quês, que nem ao menos sei respondê-los. Fecho os olhos e respiro mais algumas vezes e finalmente as paredes voltam a se afastar e eu posso me sentir confortável novamente. Não é a primeira, e tão pouco a última vez que eu vá me sentir assim... Mas ao menos, agora sei que a quem recorrer, sei a quem confiar. Muito obrigada.
q?
ResponderExcluirTambém procuro porquês.
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